sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A oração da porta e a oração da caverna

Estava em casa num passado recente, quando, ao caminhar pra cozinha e passando pela porta de entrada, percebi alguns papéis arremessados por baixo da porta. Os apanhei e percebi que eram orações que os católicos usam para falar com Deus.
Achei muito interessante os dizeres! Primeiro porque expressavam uma distância muito grande entre o proponente da oração e Deus, segundo, era uma oração interesseira, do tipo me dê isso e eu farei aquilo. Por conta disso percebi que quem jogou as orações por baixo da minha porta estava pagando a sua promessa, por mais que eu ache que o pagamento foi mais por desencargo de consciência do que por agradecimento. Se fosse por agradecimento a pessoa viria pessoalmente e contaria o que havia recebido de Deus.

Semanas mais tarde li o salmo 142 e fiz associação à oração que havia recebido por baixo da minha porta. Percebi que a oração “da porta” não era igual à oração “da caverna”. No salmo 142, Davi, o escritor, está aflito, escondido em uma caverna, sendo perseguido por inimigos. Eles está só, não tem um lugar para onde ir, quase como alguém que está num tunel sem saída. Davi não tem mais para quem ir e derrama a sua alma perante o Senhor. Ele chega a confessar a Deus que sua vontade de viver está terminando quando fala no versículo 3 que o sei espírito se esmorece dentro dele. Suas forças estão no fim, as físicas, as emocionais e talvez até mesmo as espirituais. Talvez tenha sido um último grito de socorro a Deus.

Há muitas pessoas que se sentem assim como Davi, quase sem forças, mas gritam a quem não os pode atender. Outras perdem suas forças com as coisas que não tem valor e quando vêem as dificuldades de verdade, são derrubados como um castelo de cartas.

Mas uma outra coisa me chama a atenção para a diferença entre a oração da porta e a da caverna. O que está nov ersículo 7.
Na oração da porta li que, se Deus concedesse o pedido a quem o fez, que ela distribuiria mais daquelas orações a outras pessoas. No mundo materialista e egocêntrico em que vivemos não me espanta que tenha sido algo para si mesmo ou material. Pelo que percebi, como relatei acima, a pessoa foi atendida, mas a forma de agradecer foi muito inferior ao que talvez ela tenha recebido. A impessoalidade e a forma banal como os papelinhos foram jogados debaixo da porta dão a entender isso. Algo assim: “Vou fazer a minha parte e minha consciência estará tranquila!”.
Com a oração da caverna é diferente. A oração não pede por bem material, mas pede por sua vida. Davi está pedindo que Deus lhe dê mais forças para viver, que sua alma seja reanimada. Sua alma está presa como se em uma prisão. Davi poderia pedir que Deus lhe desse uma oportunidade de vigança, ou que uma arma aparecesse como por milagre ou que um grande exército aparecesse para ajudá-lo a derrotar seus inimigos. Entretanto, Davi vai no ponto da questão: sua vida e o significado dela segunda a perspectiva de Deus. Para Davi, sua vida vem de Deus e por isso só Deus pode dar sentido a ela. Naquele momento ela não estava fazendo sentido para Davi e ele clama a Deus, não para entender, mas para que ela valha a pena!

Há humildade em Davi em reconhecer suas fraquezas, não só as físicas e emocionais, mas até mesmo as espirituais, quando afirma que os seus perseguidores são mais fortes que ele.
Nos dias de hoje sempre queremos dar um jeito em tudo. Fazemos a oração da porta, vamos a tal igreja e damos um boa oferta, acendemos uma vela para um santo, tomamos um passe e nos benzemos. Tudo parte do pressuposto que nós é que fazemos algo por nós mesmos.
Na oração da caverna é diferente. Davi reconhece a soberania de Deus, se humilha diante dele, reconhece-O como senhor da sua vida, como fonte de suas forças. Isso só poderia se dar mediante um relacionamento pessoal. Isso! Davi tinha um relacionamento pessoal com Deus. Isso não é novidade pra ninguém (quer dizer, para alguns pode ser!).

É por conta de conhecer Deus e de ter experimentado o Seu livramento outras vezes, é que Davi se dirije a Deus, sem formalidades, derramando a sua alma, aproveitando a escuridão da caverna, a solidão, para ser quem de fato é, e aguardar do Senhor o socorro bem presente na hora da angústia.

Finalizo chamando a atenção para como Davi termina a sua oração. Ele pede para Deus tirar a sua alma do cárcere para que ele possa louvá-lo. Davi diz pra Deus que é dependente de Deus para louvá-lo. Paulo já dizia que Deus opera em nós tanto o agir quanto o querer. Davi já havia entendido isso há muito tempo antes de Paulo. Engraçado é que ambos são conhecidos por terem tido relacionamentos íntimos e pessoais com Deus.
A oração da caverna redunda em louvor a Deus, em pessoas juntas para glorificá-lo, em compartilhar de alegria com outros que caminham no caminho reto aos olhos de Deus.

Portanto, quando estiver sozinho(a), se sentindo abandonado(a) não corra para as orações pré-fabricadas, mas derrame a sua alma aos pés de Deus, reconheça as suas limitações, peça que ele lhe renove o espírito de vida e aprenda a louvá-lo pelo que Ele é e não apenas pelo que faz.

Abraços,

Dinê

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Quando Deus resolve te dar um presente.

Ganhar presentes é muito bom, entretanto a Bíblia diz que dar presentes é melhor (mais bem aventurada coisa é dar do que receber – At 20.35).
O nosso Deus é um doador de presentes de mão cheia, como não poderia deixar de ser, já que ele sempre nos dá exemplo em tudo.
Mas há duas formas de Deus nos dar presentes: a forma da qual gostamos e normalmente a chamamos de “bênção” e uma outra da qual nem sempre gostamos (na maioria das vezes não) a que damos vários nomes: provação, livramento etc. Na verdade, muitos nem reconhecem a segunda forma como uma forma de Deus nos presentear, mas eu considero.
Quero tomar como exemplo um camarada que “sofreu pra cachorro” (como diz meu pai). Não sei como é o sofrimento canino, mas não deve ser bom. Entretando, o personagem que sofreu pra cachorro na bíblia foi Jó.
Ele era rico, tinha uma família boa e grande, e sua saúde também era boa. Em pouco tempo ele perdeu tudo o que tinha de bens materiais, perdeu sua família e perdeu a saúde. Não sei lhe dizer, caro leitor, o que é isso, porque no máximo já perdi um amigo. Entretanto, o sofrimento de Jó se dá em todas as esferas da vida de um ser humano.
Mesmo assim, Deus o estava presenteando!
Bem, em primeiro lugar, Deus o estava presenteando porque Jó tinha uma vida, independente se boa ou ruim. O simples fato da vida já é um presente. Entretanto, Jó receberá muito mais: bens, família, amigos, dignidade…
Engraçado que,muitas vezes não consideramos tudo isso presentes de Deus, mas achamos que os alcançamos pelo nosso trabalho, pelos nossos esforços etc. Na verdade Deus nos permitiu tudo isso porque é misericordioso e gracioso. Nós não merecíamos nada, mas mesmo assim ele nos dá. Deus é muito bom!

Jó entendia essa questão. É por isso que quando Deus permitiu que tudo aquilo que Ele havia dado fosse retirado de Jó, Jó não se abalou em relação a Deus. Ele disse : “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu, e o SENHOR o tomou: bendito seja o nome do SENHOR” – Jó 1.21. Puxa vida! Um cara perde tudo o que tem, família e saúde num pequeno espaço de tempo e diz isso?
Quando você entende a soberania de Deus pelo Seu aspecto você reage como Jó. Deus deu, Deus tomou. Tudo é de Deus! O salmo 24.1 já diz isso! O problema é que nós pessoas achamos que somos donos do mundo, e quando não, usamos a desculpa que somos filhos do dono e podemos fazer o que quizermos e nos apegarmos ao que quizermos e nos apegamos às coisas que Deus nos dá do que a Ele.
Não era o caso de Jó, mas é o caso de muitas pessoas hoje em dia.

Entretanto, Deus quiz dar a Jó um grande presente. Você deve estar pensando nos bens em dobro, na família duas vezes maior que ele teve depois ou sei lá mais o quê (se é que há mais). Esse é o coração do homem do séc. 21 – só pensa em dinheiro e nele.
Deus presenteou Jó com um encontro pessoal com Ele! Fantástico! Isso pode ser visto no início do último capítulo de Jó: 42.5. Jó conhecia o Senhor de ouvir falar, como muitos hoje em dia, mas depois dessa experiência dolorosa, porém divina, Jó passou a conhecer a Deus face a face, de experiência própria. Não há dinheiro no mundo que pague isso! É desse tipo de encontro que muitos estão precisando e é desse mesmo tidpo de encontro que a maioria foge! É esse tipo de presente que abençoa, mas não é esse tipo de presente que as pessoas querem de Deus. Elas querem só as “bênçãos”, mas não querem conhecer a fonte da bênção.

Eu recebi um presente desses na noite anterior ao dia do meu aniversário este ano.
Alguns amigos, liderados pela minha amável e linda esposa, resolveram fazer um churrasco para comemorar meus 31 anos. Haviamos chegado à casa de uma de nossas amigas onde aconteceria a festinha. Menos de 5 minutos depois de chegar, Deus nos mandou o “Seu presente”: quatro assaltantes invadiram a casa armados, nos renderam, levaram celulares, laptops e televisões da casa e nos deixaram trancados num dos cômodos.
À primeira vista poucos conseguem ver isso como um presente de Deus, mas, pela graça de Deus, Ele me fez enchergar que sim.
Parece ironia que Deus tenha feito isso na véspera do meu aniversário, mas eu entendi que, com o livramento que Ele nos deu, estávamos dando real sentido à comemoração, já que a vida é o meior presente que Deus pode dar a qualquer pessoa.
Conhecer Deus pela sua soberania, é um privilégio para todos quantos estiverem a fim de conhecê-lo mais a fundo. É claro que não há a necessidade de um assalto ou algo parecido, mas Deus, na sua soberania, se usa das mais diversas situações para se dar a conhecer.

Portanto, não fique reclamando da vida e das coisas que têm acontecido. Pensei que o assalto fosse a única coisa ruim que pudesse acontecer naquela hora, mas depois disso, já passei por dois constrangimentos tentando comprar dois aparelhos celulares, fiquei três dias tentando resolver problemas com a minha operadora de cartão de crédito, meu carro teve um problema de superaquecimento e eu não sei mais o que vem pela frente. Entretanto, entreguei minha vida e de minha esposa nas mãos de Deus e me propus a aceitar “seus presentes” de coração aberto para poder aprender mais com a Sua soberania.
Se você também tem recebido presentes desse tipo da parte de Deus, aceite-os como presentes e procure ver as coisas da perspectiva de Deus, assim como Jó, e perceba que o maior presente que Deus pode te dar é conhecê-lo profundamente e sar que Ele é Deus, soberano!

Abraços,

Dinê

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A pizza e o casamento

Há quem diga que uma mesa de restaurante só serve para comer ou provocar escândalos. Para mim, além da primeira utilidade acima, é um excelente lugar para pensar e compartilhar uma boa teologia de vida.
Recentemente, depois de saborear uma deliciosa pizza e na companhia de bons amigos, conversávamos sobre o significado do casamento para a sociedade de hoje, mais precisamente para os jovens. Talvez para muitos de vocês o que vou escrever a seguir não seja nenhuma novidade, mas vale a pena ler e pensar sobre essa realidade.
Uma das amigas presente à ocasião, ainda solteira, compartilhava que havia dito a algumas de suas colegas de trabalho que um de seus sonhos é casar. Ela disse que as colegas se entreolharam e foram unânimes: “Você é louca?”.
Por quê casar, hoje em dia, é sinônimo de loucura ou visto como algo extremamente ruim, tanto por homens quanto para mulheres?
Bem, uma das conclusões a que chegamos tem a ver com o que o que se pensa sobre casamento. Vimos que os jovens acham que casamento é uma perda de tempo, algo ultrapassado e quando acontece é simplesmente para cumprir um rito de passagem social. Ninguém mais casa por amor. Casa-se por que se quer dar uma grande festa e para ter um álbum de casamento para depois ficar olhando para as fotos e falando mal de todos, principalmente do noivo e da noiva (no caso dos respectivos ex-conjuges).
Nem mais por sexo se casa. Hoje em dia usam-se um ao outro por mútuo consentimento e está tudo certo. Não há culpa no cartório (literalmente) e nem na consciência. Como se dizia no Rio: “liberou geral”.
As pessoas não conseguem mais ver a beleza que há em um compromisso sério com outra pessoa do sexo oposto. Não conseguem perceber que o compromisso não é sexual, não em conhecer a sua anatomia, mas em conhecê-la como ser humano. As pessoas transformaram o momento mais íntimo do casal em banalidade. Não é difícil de entender então porque a maioria dos casamentos de hoje termine lá pelos 6 a 10 meses! As pessoas fazem do sexo a base do seu casamento e quando se cansam de usar aquele corpo pulam fora buscando outro, quando na verdade o sexo é o complemento entre duas pessoas que se entregam a uma vida juntos, partilhando tudo, até seus corpos um com o outro. Isto é lindo!
O compromisso de um casamento não pode ser expresso por palavras, por mais que nós, seres humanos, tentemos, mas gosto de dizer que apenas uma vida inteira ao lado de uma pessoa pode provar o quanto você a ama.
Vivendo num mundo de superficialidades as pessoas têm medo de conhecer as outras e se dar a conhecer preferindo viver de relacionamento em relacionamento, como um macaco que pula de galho em galho, sem saber para onde ir, se machucando a cada relacionamento, levando profundas cicatrizes e traumas para a vida toda, sem saber ou sem querer saber que um relacionamento estável, duradouro, baseado no amor, lealdade, amizade companheirismo pode proporcionar a cura, o auto-conhecimento e a estabilidade que tantos procuram.
As pessoas estão se acostumando a ter tudo na mão e não lutarem para conseguir as coisas. É a síndrome do controle remoto. Já reparou que muitas vezes você tem preguiça de estender a mão e alcançar o controle remoto para mudar de canal? Pois é, na sociedade em que vivemos tem sido assim também. Homens e mulheres achando que se um homem/mulher não serve, basta mudar o Butão que outro aparecerá, sem se perceber que o outro que entre na nossa vida, segundo Deus, para sempre, é agente de transformação em nós e nós nele, e que isso é benéfico, porque poucos são os que não são transformados e permanecem felizes.
Creio que foi isso que Deus idealizou quando disse que o homem deixaria pai e mãe e se uniria à sua mulher e os dois seriam uma só carne.
A sociedade prefere se machucar e machucar os outros a buscar a felicidade. Há quem tripudie de nós por pensarmos assim, mas no fundo de seus corações sentem frustração por não conseguir buscar num único alguém o exercício de compartilhar uma vida inteira, apesar de quase nunca admitirem tal fracasso.
Prefiro ser tripudiado, mas feliz, dividindo minha vida com minha esposa e ela dividindo a dela comigo, nos exercitando todos os dias para sermos um, resultando num crescimento humano e espiritual de ambos incrível e que me faz perceber que o amor, segundo Deus, é real, possível, atingível e maravilhoso de ser vivido.
A conversa se alongou nesse dia, fomos praticamente um dos últimos grupos a sair da pizzaria, mas compartilhar essas idéias nos fez bem, pelo menos a mim e à minha esposa e creio que a todos. Se não fosse a cara de cansaço dos donos da pizzaria e a de sono de alguns de nós, teríamos ficado por mais tempo.
Bem, com tudo isso, recomendo que todos comam mais pizza em boa companhia! As boas conversas à volta de uma boa pizza ou outro alimento qualquer podem se refletir no seu casamento, na sua vida e nos seus futuros relacionamento (se você ainda é solteiro).
Bom apetite!
Dinê Lóta

Iniciando a caminhada


Há um velho ditado que diz: quem é filho de peixe, peixinho é.
Isso é uma grande mentira! Talvez para todos os outros filos animais e vegetais seja verdade, mas para o homem não. Pena que haja ainda gente que pense dessa forma achando que o filho de um engenheiro precisa ser engenheiro, ou que a filha de uma grande pianista precisa seguir os passos de sua mãe. Mas a pior de todas é quando alguém diz que filho de pastor é pastorzinho.
Na minha vida me lembro de ter encontrado algumas dessas pessoas. É verdade, sou mais um filho de pastor que virou pastor, mas isso se deu única e exclusivamente pela graça de Deus e por obediência.

Não quero me prender à questão de ser filho de pastor, mas ao fato de que muitos acham que, por você ser filho de pastor, quando vai para o ministério, já sabe tudo. Creio que a minha classe já sai com alguma vantagem por conhecer os meandros da vida familiar de um pastor e até mesmo algumas de suas atividades. Mas uma coisa é o que o seu pai fez ou quem ele é, a outra é o seu ministério.

Tenho cerca de 2 anos e meio de ordenação. Estou numa igreja grande, com quase 900 membros, como pastor adjunto, e aprendi muita coisa nesse período.

Não estranhem se durante a leitura várias vezes evocar memórias do ministério do meu pai, já que, como disse anteriormente, levo uma pequena vantagem nesse sentido.

Uma das coisas que mais me lembro meu pai falando é que, como ministro auxiliar, deveria ser fiel ao meu pastor.
Talvez você vá para o ministério cheio de sonhos (principalmente se não for filho de pastor) e ao se deparar com o ministério auxiliar vai reparar que nem todos os seus sonhos serão realizados. Não porque o pastor principal é ruim ou não foi com a sua cara, mas porque simplesmente você não é o principal. Tenho aprendido algumas coisas no ministério auxiliar e quero compartilhar.

A primeira é um princípio: seja leal, independente do que acontecer. Você precisa estar ao lado do seu pastor haja o que houver. Apesar de você ter sido convidado pela igreja, muitas vezes quem te levou para lá foi o seu pastor. Você precisa formar uma equipe com ele, mesmo se as idéias dele forem diferentes das suas ou ultrapassadas, ou mesmo se ele não tiver idéias, mas a igreja perceberá que vocês fazem uma dupla e passará a confiar em você como já confia no pastor principal, além de perceber que você é humilde e reconhece o seu lugar.

Nunca tente medir forças com o seu pastor, na maioria das vezes você vai perder e se achar que ganhou dividiu a igreja! A sua função não é essa, pelo contrário, é mantê-la unida, até mesmo com aqueles que falam mal do seu pastor para você e que incitam você a “tomar o poder”.

Nunca diga que seu pastor é ultrapassado. Suas experiências podem ser extremamente enriquecedoras para a sua vida e ministério.
Me lembro com carinho das aulas de Ministério Pastoral com o Pr. João Falcão Sobrinho, no STBSB, onde me formei em 2006. As aulas eram praticamente o compartilhar de experiências e mais experiências que esse grande homem de Deus havia tido. Muitos alunos reclamavam que as aulas eram chatas, mas, na maioria das vezes, a sala estava abarrotada e ninguém saia enquanto o velhinho não terminasse. Além dele, outro pastor experiente que me abençoou foi o Pr. Victor Emanuel Valente, da PIB de Copacabana. Sem que ele soubesse, Deus o usou para tratar meu coração com as muitas experiências de vida e ministério que teve e tem.
Ultimamente tenho bebido da sabedoria do meu pastor, Pr. Norton Riker Lages, que tem me abençoado com muitas experiências e profunda sabedoria.
Não se arvore em achar que, por ter feito vários cursos de liderança, não precisa da sabedoria e experiência do seu pastor. E, se ele não tiver, mesmo assim ainda podemos aprender.

Tenho aprendido também que ninguém é perfeito. Meu pai não foi perfeito, eu não o sou nem serei, e ninguém será. Portanto, não crie para você um modelo de pastor perfeito usando o seu, ou não seja pessimista em achar que o seu pastor é o pior do mundo. Creio que Deus nos possibilita passar por experiências para podemos aprender algo que possa abençoar a vida de outros e, por conta disso, a nossa também.

Não dá para você ficar pendurado na vida espiritual do seu pastor. Se ele não tiver uma pior ainda.
Você precisa ter sua própria vida espiritual, suas experiências, suas histórias. Como ainda estou no começo, muitas histórias que conto são referentes ao ministério do meu pai. Mas com o passar do tempo, tenho percebido que já tenho uma ou duas para contar.
Se você não tiver uma vida espiritual sua, em primeiro lugar, como cristão, você vai fracassar. Em segundo lugar, como vai ajudar o seu pastor a alimentar as ovelhas que Deus colocou sob os seus cuidados?

Não almeje tudo o que o seu pastor tem. Provavelmente ele lutou muito para chegar onde está.
Pastor Norton é conhecido em nossa cidade, entre todos os pastores, e até mesmo pelos de outras denominações como um homem honrado, sério, profundo conhecedor da palavra, cuidadoso, excelente pregador, conselheiro e muitas outras qualidades que eu poderia gastar mais algumas linhas escrevendo. Quando olho para a sua reputação sinto uma “santa inveja”, mas entendo que ele levou uma vida inteira de trabalho para conseguir isso. Se que quiser ser parecido com ele terei muito que trabalhar, mas isso me motiva. Perceba que não estou falando que questões materiais, mas sim de quem podemos ser nas mãos de Deus, pois estou certo de que o Pr. Norton é quem é pela graça de Deus e é ele mesmo quem diz isso.
Lute, cuide de suas ovelhas, esteja com elas, esteja ao lado do seu pastor, junte forças com ele e a igreja o reconhecerá.
Honre o seu pastor com palavras e atitudes e a igreja será abençoada e perceberá em você um bom exemplo a ser seguido.

Não posso escrever muito mais porque me falta experiência. Mas o que pude aprender deixo a vocês com o desejo de que sirva de reflexão e encorajamento.
Não posso imaginar melhor inicio de ministério para mim do que sendo um auxiliar e poder aprender com quem sabe a cuidar das ovelhas do meu Senhor.

Pr. Dinê Lóta
Pastor Adjunto da Primeira Igreja Batista de Manaus