quarta-feira, 16 de março de 2011

Pensando alto 3: arrogantes?

Conhecer a verdade parece trazer complicações para as pessoas que assim afirmam nos dias modernos.

Porque será?

Estava pensando cá com os meus botões, e comecei a escrever. Eis o que depreendo.

O pensamento humano vigente nos dias de hoje afirma que quando você diz conhecer a verdade está tendo uma atitude arrogante. Não se deve levantar bandeiras sobre verdades absolutas para não ser indelicado com os outros ou para não parecer arrogante – dize o pensamento dominante hoje. Me parece que a arrogância está, não nos que conhecem a verdade, mas do outro lado, em, arrogantemente, afirmar que os outros são arrogantes. A psicologia chama isso de transferência.

O problema está na forma como se olha para as pessoas que conhecem a verdade. Não tenho como fugir (nem quero) do ponto de vista cristão para a questão e afirmo ser ele a verdade. Entretanto, essa verdade não é minha, é de Cristo.

Segundo ele, nossa visão de mundo, vida, seja lá mais o que for, é embaçada e isso faz com que as pessoas embacem também a linha divisória entre certeza e onisciência.

Não afirmo que sei tudo, apenas que conheço a verdade e a sigo. Digo “sigo”, porque alguns conhecem, mas não seguem. Além disso, a verdade não é um mero assentimento intelectual. É muito mais do que isso. É uma pessoa – Jesus!

Parece que as pessoas que não crêem em verdades absolutas têm inveja das que crêem e por isso afirmam que as “crentes” são arrogantes. Não façam isso. Creiam também. Não existe uma classe especial de seres humanos à qual é reservada a exclusividade da fé! A fé é para todos. Basta pedi-la ao seu doador – Deus.

Para os que crêem aqui vai uma dica: crer que Jesus é a verdade não transforma você numa pessoa arrogante que sai pisando em Cida de todos. Pelo contrário, a verdade absoluta, Jesus, é amável, respeitador, afável, cordial e tantas outras qualidades.

Veja seu exemplo de vida. Paulo, um dos “crentes” mais famosos, disse que Jesus deixou todo o esplendor da sua glória, se fez como humano, viveu entre nós, morreu por nós (até mesmo por quem não merece) e ressuscitou para nos devolver a vida que foi projetada para nós desde o início da nossa história, mas que a arrogância da humanidade jogou fora. A atitude dele não me parece ser arrogante. Apesar de ser a verdade, Jesus nunca maltratou ninguém, nem acusou de estarem errados. Pelo contrário, teve (e tem) compaixão do pecador (é como o ser humano é chamado por Jesus). Por que, então, alguns insistem em maltratar os outros, afugentando-os da verdade, porque a detêm? Pense, reflita e viva a verdade como ela deseja ser vivida, em humildade.

Sejamos certos da verdade, porque onisciente só Deus!

Abraços,

Dinê

Pensando alto 2: o retorno.

Continuo lendo o mesmo autor que me iluminou a escrever o texto “Pensando alto”

Penso na sociedade de hoje à luz do texto supracitado. Percebo que a sociedade hodierna tem buscado cada vez mais fugas para os seus problemas em vez de enfrentá-los. Já há muito tempo vinha me perguntado por quê. Creio ter chegado a uma conclusão, à luz também do que escrevi ontem e do que tenho lido.

O pensamento da sociedade de hoje gira em torno de uma flexibilidade da “verdade” que precisam ser mantida para que esse pensamento permaneça.

As pessoas criam as suas próprias verdades ou escolhem em que verdades vão crer. Estamos cheios de pessoas assim dentro das igrejas, sejam evangélicas ou não (até por que muitas nem são evangélicas mesmo!).

É muito fácil crer no que se quiser crer, entretanto muitas vezes isso não representará a realidade. Quando a pessoa passa a viver de “verdades inventadas” está dando um passo grande para a sua destruição.

A nossa sociedade tem criado um mundo imaginário, virtual, para se esconder da realidade. Quem faz uso desse artifício se torna uma pessoa muito frágil emocionalmente além de desenvolver outros problemas pessoais e sociais. Tende a ter baixa resistência à frustração e entra na “deprê” com muita facilidade. Que o digam os psicólogos sérios! Os seus consultórios estão cheios de pessoas que vivem em mundos virtuais, simplesmente porque não querem enfrentar a realidade, ou até mesmo, porque não foram ensinadas a fazer isso.

Se você ainda não sabe do que estou falando, dou um exemplo: o BBB. É a criação de um mundo virtual, que não existe (onde já se viu uma pessoa ficar sem fazer nada, só fofocando, criando intrigas, participando de festas, sem trabalhar, sem produzir nada de aproveitável). Num país de 200 milhões de brasileiros, apenas 12 ou 14 (não seu quantos são) participam desse negócio. Os que estão de fora sonham para estarem dentro, pois pensam ser lá o paraíso. É assim porque a pessoa pensa em função da fuga da sua realidade.

A vida não é fácil. A maioria esmagadora pode dizer isso. Entretanto, não adianta fugir da realidade, por isso, a forma de pensar da humanidade está errada. Não podemos criar as nossas verdades.

As verdades absolutas nos obrigam a encarar os fatos e optar por firmá-las ou negá-las. Esse tipo de clareza simplesmente não desempenha um bom papel numa cultura como a de hoje. Vivendo no mundo de faz de conta a pessoa nunca vai crescer como ser humano, sendo sempre frágil, mole, massa de manobra, sem opinião própria. Quando você encara a realidade, sabendo que há certo e errado (consulte a Bíblia para saber o que certo ou errado) força a pessoa a encarar seus medos e erros muitas vezes vencendo-os e se tornando uma pessoa, vamos dizer, evoluída. É bem verdade que muitas vezes erramos nas tentativas, mas esse processo de tentar–errar–tentar–acertar é que Deus muitas vezes usa para moldar um correto.

A vida se torna clara, as verdades evidentes, as mentiras também e passa a ser mais fácil viver, simplesmente porque não navegamos mais às escuras, mas temos a luz à nossa frente e em nós para nos guiar – Jesus.

Abraços,

Dinê

terça-feira, 15 de março de 2011

Pensando alto.

Estou lendo um livro em que o autor debate sobre o pensamento humano dos últimos 30 ou 40 anos.

Isso me fez pensar sobre como a humanidade tem caminhado e me abriu os olhos para algumas percepções que tive.

Até os anos 80 a humanidade pensava que poderia chegar a verdades absolutas por meio da ciência, seja ela qual fosse. Na verdade esse é um pensamento oriundo do séc. 18 e que veio permeando o avanço das ciências humanas até a segunda metade do séc. 20.

Era engraçado ouvir, ler e ver que havia verdades absolutas que haviam sido provadas pela ciência e o homem insistia na busca pela verdade por esse caminho.

Por uma série de motivos, dentro os quais eu destaco como principal a arrogância do homem em se render a Deus, essa forma de pensar nossa foi por água abaixo na entrada dos anos 90 do século passado. Parece que o homem se desencantou por procurar uma verdade absoluta já que a ciência não conseguiu provar o pensamento de que ela, ciência, poderia responder a todas as perguntas.

E nem pensar em “volta atrás” para o pensamento de que Deus explica tudo, pensamento esse que permeou boa parte dos dois milênios após Jesus Cristo.

Bem, já que não daria o braço a torcer, a humanidade foi para o outro extremo: se não podemos provar verdades absolutas pela ciência, é porque elas não existem. Tudo é relativo! Pronto! É tão mais fácil! Pra quê provar as coisas? Quanto trabalho!

Engraçado (se não fosse trágico) é que essa busca pela verdade é intrínseca do ser humano. Apesar dele não crer, foi Deus quem nos fez assim, como sede pela verdade. Infelizmente, muitos não querem reconhecer a única verdade e continuam se distanciando dela.

O ser humano busca se conhecer, saber quem é de maneiras interessantes. Parece uma criança que não quer admitir um erro ou um problema. Parece birra! Digo isso porque a verdade está bem próxima de nós, mas não queremos admitir porque seria dar o braço a torcer. Em vez disso, a humanidade prefere se ferir cada vez mais sem saber quem é ou o que busca. Na verdade, o pensamento que permeia boa parte das mentes humanas é que eles existem para ficarem vagando pela vida (sem saber para onde vão), se entregando a qualquer coisa ou a qualquer pessoa que lhes dê alguma diversão, entretenimento ou que seja interessante.

Não conseguem ver (por conta da distância de Deus) que só Nele a humanidade se achará.

Não dá pra viver no relativismo. Ele destrói tudo, até quem achamos que somos, porque tudo é relativo! Relativo às pessoas que nos cercam, aos momentos “bons” ou “maus” que vivemos (ser bom ou mau é relativo), às circunstâncias, à realidade financeira, cultural, social! Pensando assim nunca saberemos onde chegar. Vamos ficar por aqui mesmo. Parece estar melhor como era antes, pelo menos havia algum indício de “verdade”.

É triste isso! Algumas (muitas) vezes parece não adiantar dizer que a verdade é Jesus Cristo (desabafo).

Ainda bem que (para quem crê em Deus e o reconhece como verdade) não somos nós quem convence qualquer pessoa da verdade. A esses, cabe-lhes falar! E escrever! Foi o que fiz!

Abraços,

Dinê

terça-feira, 1 de março de 2011

O que significa seguir a Jesus

Olá queridos leitores.

Finalmente volto a postar. Desculpem a demora! As muitas atividades não favorecem uma frequência maior de postagens.

Posto o esboço da mensagem que o Senhor me deu para pregar no último domingo dia 27 de fevereiro, pela manhã, na minha igreja, PIB de Manaus, quando celebramos a ceia do Senhor.

Vou tentar abastecer o blog com esses esboços. Alguns mais densos, outros mais condensados.

Abraços,

Dinê

O que significa seguir Jesus.

Mt 16.21-24

Este texto ilustra e nos ensina, de maneira resumida, o que alguém que deseja seguir Jesus, precisa fazer para ter sucesso. Não apenas isso, mas o que significa seguir Jesus. Como Ele deseja ser seguido!

Hoje em dia, seguir alguém é apenas saber o que esse alguém está dizendo. Há um site de relacionamento virtual que qualifica os participantes dessa forma, de seguidores de fulano ou beltrano. Jesus vai nos ensinar que não basta apenas saber o que uma pessoa pensa, principalmente Ele. É necessário algo mais para que possamos segui-lo.

  1. Auto-negação

Pedro ainda não havia entendido o que era auto-negação. Ele continuava pensando em Jesus do seu jeito, da sua forma. Ele o via conforme o seu ponto de vista. Ele não havia ainda negado os seus sonhos, a sua forma de pensar, o que gostaria que acontecesse.

A sua vontade ainda estava no centro da sua vida. Ele vivia a sua vida como ele achava que deveria viver. Ele mesmo tomava as suas decisões e atitudes em cima do que achava certo ou errado. É por isso que Jesus o repreende, porque ele pensava e via os fatos com olhos humanos e não sob a perspectiva de Deus, do Seu querer. Jesus foi duro: chamou-o de Satanás!

Adversários! É isso que somos de Deus quando o nosso “eu” está no trono e não a vontade do Senhor.

Paulo entendeu bem o que era a auto-negação. Ele afirmou em Gl 2.20: estou crucificado com Cristo. A vontade de Jesus não era a cruz, essa era a vontade do Pai. Jesus negou-se a si mesmo, tomando a forma de homem, morrendo na cruz, para fazer a vontade do Pai (Fp 2.7-8). Foi obediente até a cruz e Deus o exaltou soberanamente.

Paulo fez o mesmo. Entendeu que não dava pra viver a vida sob seu ponto de vista, sob o seu achismo, sob seus sonhos e vontades. Rendeu-se incondicionalmente à vontade de Deus. Sabendo que isso seria difícil, por conta da luta entre a carne e o espírito (que ele mesmo narra em Rm 7) mantinha a sua fé em Jesus, trazendo sempre à sua mente o que Jesus havia feito para salva-lo libertando-o das garras do diabo e do pecado conforme podemos ver na última parte desse texto de Gálatas.

A fé em Jesus Cristo não é apenas uma convicção intelectual, mas um compromisso pessoal”. (John Stott)

Aplicação Pessoal

Confiar as decisões da nossa vida, sejam quais forem, à vontade de Deus.

Pautarmos a nossa vida nos princípios de Deus e não nos nossos achismos.

Desejarmos sonhar os sonhos de Deus e deixarmos os nossos de lado.

  1. Erguer a cruz

A palavra que traduziram como “tomar”, “carregar”, na verdade significa “erguer”. A idéia é que você erga a cruz de Cristo na sua vida. O texto paralelo de Lucas enfatiza isso com o acréscimo de “dia-a-dia”.

Como você vê a cruz? Eu tenho pra mim que quando pensamos nessa frase, nos vem à lembrança a imagem de Jesus carregando a cruz pela via dolorosa, sendo chicoteado, cuspido, humilhado e tantas coisas mais. Você não está olhando a cruz por completo, em toda a sua plenitude. É por isso que muito crente não deseja carregar a cruz, porque a vê como um peso, como uma humilhação, como algo ruim. Esse momento da cruz pertence somente a Jesus Cristo, e não a nós. Só ele pôde viver esse momento, por só ele ser o salvador.

Quando Jesus manda que levantemos a cruz, ele está dizendo para levantarmos o instrumento da nossa libertação, da nossa salvação, da felicidade em nossa vida.

No campo de batalha, antigamente, cada exército tinha bandeiras que o identificavam. Jesus está dizendo para você levantar a sua bandeira, o que identifica para você, a cruz.

Foi na cruz que Cristo pagou os meus e os seus pecados; foi lá que o Seu sangue nos purificou; foi lá que Ele venceu para sempre o nosso adversário; foi lá que Ele comprou para nós o ingresso para o céu (não do diabo, mas do Pai); foi lá que Ele restaurou a paz entre Deus e nós; foi lá que Ele resgatou a nossa dignidade; foi lá que ele estabeleceu o propósito da nossa existência.

João entendeu muito bem isso e deixou isso claro em 1Jo 5.3-6. A orientação de Deus para as nossas vidas, seus mandamentos, não é penosa, porque todo o que nasceu de Deus, ou seja, aceitou Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas entende que eles são o mapa do tesouro, são a fonte de toda a bênção, são o que há de melhor para a nossa existência.

Se os mandamentos de Deus são penosos para você é porque você os cumpre como um ritual. Você entende que tem que vir à igreja, se não, algo de ruim vai acontecer com você. Você tem que dar o dízimo, se não, vai perder o seu emprego. Você tem que ler a Bíblia, se não, Deus vai mandar um demônio pra te matar. Isso é peso, isso é ritualismo.

Agora, quando você levanta a cruz de Cristo na sua vida, você está levantando a sua liberdade em Jesus, a sua felicidade, a razão da sua existência, a sua morte para a vida de pecado, erguendo a obra do Espírito Santo na sua vida.

Em 2Co 3.16-18 lemos que, onde há o Espírito de Deus, há liberdade. Não para fazermos o que queremos, mas liberdade para o Espírito agir em nós, nos transformando, todos os dias, em Jesus.

  1. Seguir a Cristo

Em Lucas 22.31-32 Jesus diz para Pedro que Santanás havia pedido para “peneirá-lo”, mas que Jesus havia intercedido por ele e que, quando Pedro se convertesse, fortalesse-se os seus irmãos.

Pedro ainda não havia entendido os planos de Jesus para a salvação da humanidade.

Pedro ainda vive com o seu “eu” no trono.

Depois que Pedro se converteu, ele passou a ter Jesus como o centro da sua vida e pôde então, de fato, segui-lo.

Paulo foi outro personagem que entendeu bem como seguir a Cristo e o que isso representa na vida do cristão.

Em 2Co 5.17 ele afirma que, se alguém já se auto-negou, já levantou a cruz de Cristo (por é isso que significa estar em Cristo), é um novo ser humano. Tudo mudou! As coisas de antes já não existem mais.

Que coisas de antes poderiam ser essas? A vida de pecado; a infidelidade conjugal; a mentira; a hipocrisia de passar uma imagem em certos lugares que não corresponde à verdade; o ficar desejando a mulher/marido do outro(a); a fofoca – o hábito de falar mal dos outros sempre aumentando a história; o desejo de botar lenha na fogueira do problema dos outros; os desfalques financeiros na empresa; a soberba de se achar melhor do que os outros; a sede por poder; a sede por querer ser reconhecido e obter status.

Isso tudo já passou!

Eis que tudo se fez novo! Uma nova consciência guiada pelo Espírito Santo; uma nova forma de olhar o mundo pelos olhos espirituais de Deus; novos princípios fincados na Bíblia; novos conceitos formulados pelo Espírito Santo em seu coração; desejo de crescer espiritualmente; vontade de buscar a Deus, de conhecê-lo, de querer realizar a sua vontade por entender plenamente que ela é sempre o melhor; capacitação para detectar as tentações e vencê-las confiado única e exclusivamente em Jesus.

Ser totalmente transformado na imagem de Cristo e ter esse objetivo como meta principal da sua vida é o que de fato importa para o seguidor de Jesus.

Não confiar em Jesus Cristo por causa da confiança em si mesmo é um insulto à graça de Deus e à cruz de Cristo, pois é dizer que são desnecessárias”. (John Stott)

Negue-se a si mesmo, levante a sua cruz e siga a Jesus!

Amém!