quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Quem influencia quem?

Certa vez fui a um culto dirigido e voltado para jovens em uma certa igreja. Já era pastor. Durante o culto as músicas eram contextualizadas, apesar de algumas letras serem muito fracas. Mas o que mais me chamou a atenção foi que no final, apagaram as luzes, ligaram uma iluminação de discoteca e me senti num show de música onde a música e a virtuose dos que a tocam são a atração.
Não se já estou ficando “careta” mas me perguntei se alguém que não tem Jesus como Senhor e Salvador da sua vida entrasse ali veria alguma diferença de um show de música secular, se algo poderia chamar a atenção dele (ou dela) para o fato de Jesus estar presente ali.
Esse pensamento deu início a vários outros e, nesse dia, fui para casa conversando com minha esposa sobre quem influência quem: a igreja o mundo ou o mundo a igreja. A sensação que tive naquele culto é que o mundo ditava as regras do que deveria ser um culto jovem.
Cada dia que passa, parece que queremos imitar mais os ambientes mundanos dando uma roupagem “gospel” na coisa. É “boate gospel”, “ficação gospel”, daqui a pouco teremos o “sexo gospel” (se é que já não existe)! De “God Spell” não há nada! Tá mais pra "Manspell" do que outra coisa.
Porque precisamos mundanizar o culto jovem só porque ele é jovem? Me parece uma forma de poder fazer as coisas que o mundo faz só que com uma roupagem jovem. Me desculpem se não sei escrever bonito mas é essa a idéia. O mundo está nos influenciando.
E não é só nisso, é também na “forma” de culto. Cada vez mais os cultos têm sido mais sensoriais do que outra coisa. Se você não se sentiu bem no culto ele não foi bom. Se você não saiu feliz não foi bom. Num show de música isso é válido porque o ser humano usa a música como um artifício de levantamento de astral, apesar de que às vezes disfarça dizendo que levanta quando ele ainda está lá em baixo. Entretanto, no culto não deve ser assim. O culto não antropocêntrico (ou seja, tem o homem e suas necessidades no centro); é Cristocrêntrico ou Teocêntrico (ou seja, Cristo , Deus está no centro da adoração). Por isso as músicas não precisam fazer você se sentir bem, a mensagem não deve ser só sobre assuntos que levante o seu astral, porque muitas vezes Deus quer que o nosso "eu" saia derrotado do culto para a imagem de Jesus se forme em nós. Sei que é difícil ir para o culto e adorar a Deus com o coração triste, aborrecido, cheio de rancor, raiva e outros tipos de sentimento, mas eles não determinam como deve ser a nossa adoração. A Bíblia já diz que o coração do homem é enganoso. Por isso, os sentimento não devem ser a bússola de nossa vida.
Não tenho nada contra a música contemporânea, quem me conhece sabe disso, até porque me considero um bom e velho roqueiro, mas creio que há tempo para tudo, aliás, Eclesiastes 3 é quem diz isso. Há tempo e local para todas as coisas. Na hora do culto não tocamos ou cantamos coisas para nos sentir bem, porque estaremos adorando a nós mesmos, e culto é adoração a Deus. Aprendi isso no início da minha juventude.
Na minha igreja, nessa época, tínhamos uma música muito boa assim com excelentes instrumentistas, e acabamos com o mito de que jovem só toca cânticos. O pensamento era: tocamos de tudo! Não tocamos apenas nossos gostos, mas o gosto do outro porque estamos ali para facilitar uma adoração por meio da música. Não tocávamos para nos alegrar ou para nos sentirmos bem, mas muitas vezes não gostávamos de uma música, mas a tocávamos e percebíamos no rosto de muitos irmãos como ela os edificava. Aquilo tocava nossos corações e passamos a entender que estávamos adorando a Deus daquela forma, sem mesmo nos sentirmos felizes. Aliás, felicidade é um estado da alma…
Se estamos sendo influenciados pelas normas do mundo, então alguma coisa está errada. A Bíblia diz que uma de nossas funções como cristãos é ser sal e luz, o que significa que nós somos quem deve influenciar o mundo. Precisamos pensar nossas atitudes em vez de apenas copiar o que outros estão fazendo e achar que fazer o contrário do que os antigos fazem (muitas vezes para chocá-los) é ser jovem.

Abraços,

Dinê

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Escolha bem para não sofrer depois.

Estamos em ano eleitoral. Que desgraça!
Apesar de ter política na história da família, não sou muito chegado a isso. Meu avô (por parte de pai) foi sindicalista e amigo pessoal de um dos ex-governadores do estado do Rio de Janeiro já falecido, mas a política hoje não é mais política, é egocentrismo, misturado com egoísmo e comércio. Fato é que teremos que votar em alguém este ano para presidir o nosso país nos próximos 4 anos.
É atribuída a Edmond Burke a célebre frase: “Para o triunfo do mal, basta que os bons não façam nada.” Esta é uma grande verdade!
Tenho tido o privilégio que conhecer outras culturas, outros povos e outros países. Nada se compara ao Brasil! Somos um povo com um potencial que nem mesmo nós conhecemos (e tenho medo do que seremos se de fato conhecermos), mas parece que ignoramos isso, ou que queremos ignorar. Assim, alguns de nós já perceberam essa verdade e a querem controlar para benefício próprio; eu os chamo de políticos. Calma, eu sei que dentre os milhares que não prestam, há os que prestam, mas não quero fazer referência a esses nem aos outros agora. Quero falar aos cidadão comuns, nós (apesar de saber que a maioria da população não me lerá por não ter acesso à internet, mas pelo menos alguns o podem fazer).
Nós somos os responsáveis pela existência desses políticos corruptos, sujos e sem-vergonha que imperam em Brasília e nas capitais de nossos estados. Vivo no Amazonas no séc. 21, mas às vezes me pergunto se não estou no nordeste coronelista de alguns séculos atrás. Há muitos avanços da política que ainda não chegaram por aqui.
Não são só os políticos que são corruptos, mas nós nos deixamos corromper pelos nossos interesses, porque se votarmos em fulano ou sicrano ele nos favorecerá e por aí vai. Não vou nem entrar no ramo dos “comícios gospéis” nem das igrejas que se sujam com essa política.
Isaías 1.23 e 24 diz assim: “os teus príncipes são rebeldes e companheiros de ladrões; cada um deles ama o suborno e corre atrás das recompensas. Não defendem o direito do órfão, e não chega perante eles e causa das viúvas. Portanto, diz o Senhor, o SENHOR dos Exércitos, o Poderoso de Israel: Ah! Tomarei satisfações aos meus adversários e vingar-me-ei dos meus inimigos.
Acalento um sonho (bom ou ruim, não sei) de pregar um sermão neste texto para a platéia de políticos que compõe a Assembléia Legislativa do estado onde moro ou de qualquer estado da federação. É bem provável que não vão me escutar e até me xpulssem do lugar, assim como não escutaram Isaías (ainda bem que Deus o avisou antes – veja Isaías 6), mas não vão poder dizer depois que Deus não os avisou sobre a desgraça que viria sobre eles. Creio que não haverá um louco ou louca que me convide para tal, por isso faço minha manifestação por este canal de comunicação.
Precisamos observar muito bem, estudar, ouvir, prestar atenção, conhecer quem vamos escolher para nos governar nos próximos 4 anos. Quem vamos escolher para criar leis que sejam, de fato, boas para todos e não para minorias, visto que ainda somos uma democracia. Para uma tarefa assim, precisa ser gente gabaritada moral e civicamente. Isso me faz lembrar de duas passagens bíblicas: uma sobre Moisés e outra sobre Paulo e Timóteo. Vamos à primeira!
Moisés, conhecido líder e libertador do povo de Israel na Bíblia, teve problemas para governar todo aquele mar de gente. Seu sogro, homem inteligente, lhe deu um bom conselho: escolha bons homens para lhe ajudarem nessa tarefa, descentralize e as coisas começarão a melhorar. Mas o que me chama a atenção é que o sogro de Moisés fala sobre as características que tais homens deveriam ter. Vamos a elas? Nós as encontramos (assim como toda a narrativa que estou contando) em Êxodo 18.21. São: homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade e que aborreçam a avareza. Simples mas profundo. Quero fazer breves comentários sobre cada uma dessas qualidades.
Homens capazes: o fato de ser homem não significa que hoje não possam ser mulheres. Já passamos desse tempo. Vamos aos princípios. Moisés precisava de gente com experiência nessa área de lidar e liderar gente. Não chame nem invista de poder gente sem experiência nenhuma porque elas podem ser boas pessoas e ter bom coração, mas não têm sabedoria de vida.
Tementes a Deus: temer a Deus não é ter medo de Deus mas respeitá-lo (assim como aos Seus princípios) por saber quem Ele é e por que Ele tem um significado em sua vida. Há muitos que se dizem cristãos na política, mas se formos ver a fundo não o são. Cuidado!
Homens de verdade: precisavam ser homens que falavam e viviam o que falavam. Além de serem verdadeiros eram coerentes. Não dá para ficarmos acreditando em história da carochinha. A verdade é um princípio do qual nunca devemos abrir mão.
Que aborreçam a avareza: Moisés não podia se cercar de gente que tivesse olho grande, sede de consumo, de ter. Precisava de homens que enxergassem que ter não é ser. Pense nisso!
O outro texto é um conselho que o apóstolo Paulo dá a seu filho e pupilo na fé Timóteo acerca de como escolher homens e mulheres para ajudá-lo nas coisas da igreja. O texto é o da primeira carta a Timóteo 3.1-12. Nesse texto Paulo fala sobre o perfil de pastores e diáconos (pessoas que auxiliam os pastores em seus afazeres). Traço um paralelo entre esses perfis e o perfil de alguém que se candidata a um cargo público. O texto de Paulo a Timóteo é mais explicativo, mais abrangente que o primeiro que usei e creio que é auto-explicativo.
Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?); não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo.
Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta, e no laço do diabo.
Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância; guardando o mistério da fé numa consciência pura. E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis.
Da mesma sorte as esposas sejam honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo.
Os diáconos sejam maridos de uma só mulher, e governem bem a seus filhos e suas próprias casas.

Ultimamente, temos escolhido pessoas que não têm esses princípios em suas vidas, por isso, fazem leis que destroem a família e os tais princípios acima e colaboram para esse caos social em que vivemos.
Tendo escrito todas essas coisas, meu desejo é que você reflita muito bem sobre quem você vai escolher. Use bons parâmetros por que, depois, quem sofre somos nós mesmos!
Bom voto!
Abraços,

Dinê

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Confissões de um ex-filho rebelde

O dia dos pais se aproxima.
Ao escrever essa frase me questiono em relação à validade dessa data como de fato sendo o dia dos pais ou como sendo mais uma data festiva religiosa que virou oportunidade de grande comércio.
Dia dos pais é todo o dia. Ninguém que é pai deve ser lembrado apenas por um dia, mas todos os dias.
Lembro-me do meu, ainda vivo, graças a Deus, de quem sinto muitas saudades, assim como minha mãe, grande guerreira!
Recentemente esteve por aqui me visitando. Foram apenas dois dias, mas intensos. Fui às lágrimas em certo momento em que a razão disse à emoção que eram apenas dois dias e que já estavam se findando. A emoção não se conteve com tal verdade e desabou. Minha esposa presenciou tal cena!
Fico pensando que efeitos a figura de meu pai tem sobre mim e por quê.
Lembro-me de que quando era dolescente, no auge da minha rebeldia, muitas vezes sonhava com a maioridade pensando em sumir no mundo e nunca mais aparecer, sabendo que fazendo isso machucaria o coração dos meus pais. Sempre que um deles brigava comigo era o pensamento que minha vinha à mente.
Como a gente amadurece! Hoje, do alto dos meus 31 anos e meio ("grandes coisa", tudo bem, eu sei), vejo as marcas indeléveis deles em mim, resultado das suas influências.
Falava com minha irmã outro dia pelo telefone e ela me disse que ouvira uma das mensagens de Deus à PIB de Manaus por meu intermédio, gravadas e alocadas no site da mesma. Enquanto ouvia, fechava os olhos e, às vezes, pensava ser meu pai a pregar, tal era a semelhança na voz. Outros amigos de São Paulo, certa vez que tive o privilégio de orar em uma igreja lá, conhecendo meu pai, ao me ouvirem, posteriormente me disseram que pareciam estar ouvindo meu pai.
Um filho se assemelha muito a um pai pela influência que esse exerce sobre aquele, principalmente se a influência for positiva, como no meu caso.
Em muitos casos, carregar o nome da família (e em casos como o meu), o do próprio pai, pode ser um grande peso, mas também uma grande honra.
Hoje me pego pensando na grande influência que meu pai exerceu sobre mim e ainda exerce. Na forma de ser, falar, rir, pregar, pensar e tantas outras, tais como torcer pelo Mengão!
Quando crianças, o pai é o super-herói! Quando adolescentes o careta e fora de moda, de quem temos até vergonha! Quando adultos e já amadurecidos o referencial. A diferença entre a fase de infância e maturidade é que na segunda conhecemos já os defeitos do nosso pai e o amamos mesmo assim, principalmente se nos deixou um legado maravilhoso como é o meu caso.
Em parte, meus sonhos de adolescente rebelde se realizaram: moro longe de meus pais e quase não os vejo. Mas não gostaria mais de ser assim. Estar com eles tem sido os melhores momentos da minha vida ultimamente, principalmente na companhia da minha amada esposa.
Hoje, um pouco mais amadurecido, agradeço as tantas vezes que foi preciso me corrigir, me educar, me colocar de castigo (eu não era fácil, né mãe! Ela que o diga!). digo isso, porque vejo o que Deus fez de mim por intermédio e instrumentação dos meus pais, em comparação com a educação que vejo muitas crianças recebendo hoje e olhando para os da mesma geração que eu que não tiveram o privilégio que eu tive. Obrigado Senhor!
Bem, o dia dos pais se aproxima, mas na verdade, todo o dia é dia dos pais, pelo menos, quase todo o dia eu me lembro do meu.
Você é pai? Que marcas você deixou e deixa na vida de seus filhos? Que diferença você fez e faz?
Você é filho? Que marcas seu pai deixou em você? Se boas, você já agradeceu e reconheceu? Se ruins, você já perdoou?
Pai, amo você! Hoje posso ver que Deus te abençoou muito para você ser um pai de verdade, apesar de às vezes ter falhado, mas eu também errei como filho. Você e mamãe são uma grande bênção na minha vida. Agradeço a Deus sua vida, pela sua influência em todos os sentidos e por ainda ser um referencial para mim! Que Deus te abençoe todos os dias, assim como a mamãe, que eu também amo muito e de quem tenho muitas saudades!
Um beijo e abraço bem grandes e saudosos do seu filho,

Dininho