sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Teologia do Escambo

Converso com uma senhora, com sua líndissima neném ao colo, nascida vários anos depois da primeira. Disse ela:

-- Durante muitos anos eu e meu marido pedimos a Deus por um segundo filho. Oramos, choramos, ajoelhamo-nos, suplicamos ano após ano e não fomos atendidos. Confesso que também reclamamos. Então, percebi como eu amava a Deus. Eu amava a Deus por aquilo que ele me dava e não por aquilo que ele era.

Aprendi como esta jovem mãe que cada um de nós precisa avaliar seu amor por Deus.

Nosso amor a Deus tende a seguir tristemente o modo como amamos as pessoas. Achamos que uma pessoa nos ama quando ela nos agrada, fazendo coisas que nos façam bem. Na vida comum, as coisas são bem palpáveis.

Nosso amor a Deus não pode esquecer que o melhor de Deus é ele mesmo. Bênçãos são detalhes e podem virar ídolos.

ISRAEL BELO DE AZEVEDO

www.prazerdapalavra.com.br

Este fantástico texto do mestre Israel (o chamo assim por ter sido meu professor no Seminário – o que considero um privilégio) resume o que tenho pensado por estes tempos sobre o nosso relacionamento com Deus.

Apesar de participar de uma igreja que não “mercantiliza” a Palavra de Deus, vemos que, mesmo as igrejas sérias, estão cheias de pessoas que se relacionam com Deus da forma como se relacionam com os outros na vida: na base do interesse. No norte do Brasil, onde vivo, essa realidade parece mais latente.

É tão raso se relacionar com alguém só pelo interesse! É mesquinho! Mas… ao mesmo tempo… é tão humano!

Estou preparando uma palestra sobre relacionamento virtual versus pessoal que apresentarei em uma igreja este fim de semana. Tenho percebido que um relacionamento pessoal na base do interesse não deixa de ser um relacionamento virtual – as coisas acontecem quando queremos algo em troca e controlamos todos os acessos a essa pessoa de forma calculada e fria. E há quem se acostume com isso, ache normal e pratique isso. Minha impressão é que a carência afetiva faz com que as pessoas abram mão de seus conceitos e valores para viver uma vida de escambos sentimentais e físicos.

O que há conosco? Temos medo de nos expor! De mostrar nossas fraquezas, de admiti-las, de chorar. Ao mesmo tempo não temos vontade de ouvir, de dar o ombro, de abraçar, de investir tempo em gente!

É assim com Deus também. Quer ver a prova? Ligue a TV e assista os programas religiosos “gospéis”. É escambo puro! Ou então passe na frente de uma dessas igrejas mercantilistas e veja como estão cheias, inclusive, nos horários mais improváveis.

A Bíblia já nos diz que seria assim. Não ache você, meu(minha) caro(a) leitor(a) que isso é um problema da atualidade. Isso é antigo na história da humanidade assim como o pecado.Paulo alerta Timóteo para essa realidade – 2Tm 4.3-4. 3 Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; 4 e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas.

As pessoas querem ouvir coisas que agradem às necessidades egoístas que têm, aos seus próprios anseios, numa vazão desenfreada. Pensamos Deus como um igual, só que com um pouco mais de poder ou com certas regalias, como um ente besta ou burro, egoísta como nós, que nos dará as coisas conforme receba de nós! Não pensamos nas conseqüências do que queremos, apenas na saciação animalesca da nossa vontade. Isso acontece quando vivemos apenas pelo instinto, sem um senso de autocrítica, auto-avaliação.

Deus nos ensina a nos relacionarmos com Ele e, por conseguinte, com os outros. Na relação com Deus, ele está interessado que nós o conheçamos por quem é, e não apenas pelo que faz. Os atos de Deus refletem o caráter de Deus! O próprio Deus falou isso por boca do profeta Jeremias no capítulo 24, versículo 7. No mesmo livro, só que em 9.23-24 vemos isso também. Para aqueles que crêem que essas coisas só são achadas no Antigo Testamento, da lavra do Espírito Santo, por meio de Paulo, Romanos 1.19 (todos os textos estão abaixo para facilitar a consulta).

Jeremias 24:7 7 Dar-lhes-ei coração para que me conheçam que eu sou o SENHOR; eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus; porque se voltarão para mim de todo o seu coração.

Jeremiah 9:23-24 23 Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas; 24 mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR.

Romans 1:19 19 porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou.

Faço minhas as palavras do profeta Oséias, no seu livro, em 6.3: 3 Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR; como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.

Quando isso acontecer, passaremos a nos conhecer melhor, porque fomos feitos à imagem e semelhança Dele, e não teremos mais problemas de olhar para o outro e nos darmos a conhecer, mesmos com nossas fragilidades e defeitos, e estaremos aptos a aceitar o outro, da mesma forma que Deus aceita o pecador como está para produzir nele uma transformação divina e maravilhosa, o que faremos nas vidas uns dos outros também!

Deixa a teologia do escambo para lá. Você não tem nada a oferecer a Deus que Lhe interesse, a não ser a sua vida. O restante já é Dele. Conheça-o porque Ele se dá a conhecer a você. Para isso, leia a Bíblia e fale com Deus!

Abraços,

Dinê

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Amor - De Whitesnake a Jesus Cristo

Uma das minhas bandas de rock preferidas, Whitesnake, tem uma música lindíssima, com uma letra interessante e que é marca registrada do “rock poodle” (nomenclatura minha para esse tipo de banda por causa dos cabelos parecidos com pelo desse tipo de cachorro) dos anos 80, chamada Is this love? – “Isto é amor?”.

Já algum tempo o coro da música tem me feito pensar a respeito do seu conteúdo. Coloco abaixo uma tradução minha mesmo para que vocês saibam do que estou falando:

Será que o que estou sentindo é amor?

Será este sentimento o amor pelo qual estou procurando?

Isto é amor ou estou sonhando?

Isto tem que ser amor.

Porque de fato se prendeu em mim

Se prendeu em mim

Não vou discutir se David Coverdale (o autor) estava apaixonado ou não ou se ele conhece o que é amor (pelos vistos não). Mas creio ser um interessante ponto de partida para pensarmos sobre o que é amor e como a nossa sociedade o vive ou pensa viver.

O “poeta” Coverdale vive um sentimento que ainda não sabe o que é. Pelo restante da letra parece estar sofrendo de “apaixonite aguda”, doença que afeta muitos os seres humanos, mais precisamente os da faixa etária dos 12 aos 18 anos. A paixão é um sentimento gostoso de sentir, avassalador, que mexe com qualquer um, até com o mais insensível. Por ser avassalador, muitas vezes tem uma duração, normalmente, pequena, principalmente se você é um astro do rock como Coverdadel.

A paixão também deixa o ser humano confuso, desorientado e mexe com a parte da razão, muitas vezes calando-a. É comum, em nome da paixão, as pessoas fazerem algumas loucuras. O interessante é a confusão que as pessoas fazem entre paixão e amor.

Nosso “poeta” parece estar sofrendo com essa confusão.

Em primeiro lugar ele afirma que busca o amor. Aliás parece ser uma busca constante da humanidade. Mas… como se busca uma coisa que não se conhece? Pois é, nosso “poeta” confuso busca por algo que não sabe o que é. Ele sabe que sente algo que é bom de se experimentar (o que, de fato, a paixão é – algo bom de se sentir), mas não sabe se esse sentimento é o amor pelo qual ele tanto busca.

Em se tratando de um astro do rock, fico imaginando com quantas moças ele já não buscou viver esse sentimento. Ele é um estereótipo do que é a nossa sociedade. Ela busca sentimentos achando que são o amor, quando esse sentimento de acaba com uma pessoa, se busca em outra. E por aí se vai, pulando de galho em galho, saindo de cada galho com os arranhões e feridas normais desse tipo de vida arriscada, até porque, quando mais alto o galho, maior o sentimento e a sensação!

Assim como nosso amigo Coverdale, muitos de nós buscamos em relacionamentos (e não só) saciar a sede que temos por viver o amor verdadeiro. É interessante percebermos que essa busca é universal, não é uma coisa só de sociedades ocidentais, mas de todas. Parece que somos máquinas pré-programadas para amar. E isso é uma verdade!

Gostando você ou não, concordando ou não, fomos criados por Deus. E Ele é a essência do amor. Como fomos criador à imagem e semelhança Dele, temos a semente dessa essência em nós. Por isso buscamos sempre o amor, mas infelizmente nem sempre o encontramos. Muitas vezes “damos sorte” e encontramos o amor da nossa vida e vivemos felizes. Mas mesmo assim, nossa vida não estará completa, porque nem tudo o mundo acha o amor da sua vida, e além disso, esse amor não é o AMOR de fato.

Na primeira carta de João, capítulo 4, versículo 7 vemos que o amor procede de Deus. Ele é a fonte de todo o amor que sentimos seja por quem for. Só podemos amar nossa família, nossa(o) esposa(o), nossos amigos e quem mais houver para amar, porque Deus nos capacitou a amar quando nos criou à sua imagem e semelhança. Mas a plenitude desse amor, viver o amor de verdade, como toda a força, só é possível quando amamos a Deus. Não falo só de sentimento, porque o amor não é só sentimento. Isso é a paixão, mas falo de tudo o que envolve o amor. Há um texto bíblico que explica bem o que quero dizer: Lucas 10:27 Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.

O amor envolve todas as áreas da nossa vida: os nossos sentimentos, a nossa razão, o nosso corpo, os nossos pensamentos, a nossa alma… tudo!

Viver a plenitude do amor só é possível quando nos voltamos para Quem nos capacita a amar: Deus. Enquanto não fizermos isso, viveremos de paixões e outros sentimentos, buscando o amor sem saber se o encontramos.

O texto da primeira carta de João, capítulo 4, versículo 7 também diz que quem já se voltou para Deus (João chama isso de nascer de Deus) conhece Deus e está apto a amar plenamente. É isso que a humanidade precisa saber: que Deus nos capacita a viver o amor que tanto buscamos. Parece trivial, mas para quê e porquê dificultarmos uma coisa que pode ser tão fácil.

A bíblia diz que Deus nos amor primeiro e por isso somos capacitados a amar e aprendemos a amar com Ele – 1Jo 4.9.

Quer amar? Encontre Deus!

Ele está por perto! Basta chamá-lo e ele vai ao seu encontro.

Isaías 55:6 6 Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.

Salmos 145:18 18 Perto está o SENHOR de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade.

Abraços,

Dinê