Converso com uma senhora, com sua líndissima neném ao colo, nascida vários anos depois da primeira. Disse ela:
-- Durante muitos anos eu e meu marido pedimos a Deus por um segundo filho. Oramos, choramos, ajoelhamo-nos, suplicamos ano após ano e não fomos atendidos. Confesso que também reclamamos. Então, percebi como eu amava a Deus. Eu amava a Deus por aquilo que ele me dava e não por aquilo que ele era.
Aprendi como esta jovem mãe que cada um de nós precisa avaliar seu amor por Deus.
Nosso amor a Deus tende a seguir tristemente o modo como amamos as pessoas. Achamos que uma pessoa nos ama quando ela nos agrada, fazendo coisas que nos façam bem. Na vida comum, as coisas são bem palpáveis.
Nosso amor a Deus não pode esquecer que o melhor de Deus é ele mesmo. Bênçãos são detalhes e podem virar ídolos.
ISRAEL BELO DE AZEVEDO
Este fantástico texto do mestre Israel (o chamo assim por ter sido meu professor no Seminário – o que considero um privilégio) resume o que tenho pensado por estes tempos sobre o nosso relacionamento com Deus.
Apesar de participar de uma igreja que não “mercantiliza” a Palavra de Deus, vemos que, mesmo as igrejas sérias, estão cheias de pessoas que se relacionam com Deus da forma como se relacionam com os outros na vida: na base do interesse. No norte do Brasil, onde vivo, essa realidade parece mais latente.
É tão raso se relacionar com alguém só pelo interesse! É mesquinho! Mas… ao mesmo tempo… é tão humano!
Estou preparando uma palestra sobre relacionamento virtual versus pessoal que apresentarei em uma igreja este fim de semana. Tenho percebido que um relacionamento pessoal na base do interesse não deixa de ser um relacionamento virtual – as coisas acontecem quando queremos algo em troca e controlamos todos os acessos a essa pessoa de forma calculada e fria. E há quem se acostume com isso, ache normal e pratique isso. Minha impressão é que a carência afetiva faz com que as pessoas abram mão de seus conceitos e valores para viver uma vida de escambos sentimentais e físicos.
O que há conosco? Temos medo de nos expor! De mostrar nossas fraquezas, de admiti-las, de chorar. Ao mesmo tempo não temos vontade de ouvir, de dar o ombro, de abraçar, de investir tempo em gente!
É assim com Deus também. Quer ver a prova? Ligue a TV e assista os programas religiosos “gospéis”. É escambo puro! Ou então passe na frente de uma dessas igrejas mercantilistas e veja como estão cheias, inclusive, nos horários mais improváveis.
A Bíblia já nos diz que seria assim. Não ache você, meu(minha) caro(a) leitor(a) que isso é um problema da atualidade. Isso é antigo na história da humanidade assim como o pecado.Paulo alerta Timóteo para essa realidade – 2Tm 4.3-4. 3 Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; 4 e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas.
As pessoas querem ouvir coisas que agradem às necessidades egoístas que têm, aos seus próprios anseios, numa vazão desenfreada. Pensamos Deus como um igual, só que com um pouco mais de poder ou com certas regalias, como um ente besta ou burro, egoísta como nós, que nos dará as coisas conforme receba de nós! Não pensamos nas conseqüências do que queremos, apenas na saciação animalesca da nossa vontade. Isso acontece quando vivemos apenas pelo instinto, sem um senso de autocrítica, auto-avaliação.
Deus nos ensina a nos relacionarmos com Ele e, por conseguinte, com os outros. Na relação com Deus, ele está interessado que nós o conheçamos por quem é, e não apenas pelo que faz. Os atos de Deus refletem o caráter de Deus! O próprio Deus falou isso por boca do profeta Jeremias no capítulo 24, versículo 7. No mesmo livro, só que em 9.23-24 vemos isso também. Para aqueles que crêem que essas coisas só são achadas no Antigo Testamento, da lavra do Espírito Santo, por meio de Paulo, Romanos 1.19 (todos os textos estão abaixo para facilitar a consulta).
Jeremias 24:7 7 Dar-lhes-ei coração para que me conheçam que eu sou o SENHOR; eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus; porque se voltarão para mim de todo o seu coração.
Jeremiah 9:23-24 23 Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas; 24 mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR.
Romans 1:19 19 porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou.
Faço minhas as palavras do profeta Oséias, no seu livro, em 6.3: 3 Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR; como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.
Quando isso acontecer, passaremos a nos conhecer melhor, porque fomos feitos à imagem e semelhança Dele, e não teremos mais problemas de olhar para o outro e nos darmos a conhecer, mesmos com nossas fragilidades e defeitos, e estaremos aptos a aceitar o outro, da mesma forma que Deus aceita o pecador como está para produzir nele uma transformação divina e maravilhosa, o que faremos nas vidas uns dos outros também!
Deixa a teologia do escambo para lá. Você não tem nada a oferecer a Deus que Lhe interesse, a não ser a sua vida. O restante já é Dele. Conheça-o porque Ele se dá a conhecer a você. Para isso, leia a Bíblia e fale com Deus!
Abraços,
Dinê
É...
ResponderExcluirSer humano é complicado...
Ser santo não é fácil...
As relações virtuais partem da nossa idealização, que é perigosa pq facilmente vira idolatria e escravização, uma vez que, por medo de sermos desprezados, nos mascaramos (e mascaramos os outros) para sermos aceitos (e aceitar).
Carência e insegurança, características inerentes aos humanos.
Relações de interesses baseadas na idealização.
Afinal o que é ideal?
JESUS!!
Se sabemos isso pq não o seguimos fielmente? Pq não nos relacionamos com ele?
Ser humano é complicado! Ser santo não é facil!
Olá, Dinê.
ResponderExcluirSenti a ausência de postagens...
Apreciei esta.
Pertinente e intrigante.
Creio que uma das causas para este digamos "escambo" como colocaste seja muito em função do imediatismo de nossa cultura.
As pessoas querem o resultado de seus mínimos esforços de forma imediata , não aprendemos ainda a apreciar o processo.
Costumam dizer q o melhor da festa é esperar por ela...rs
Mas a maioria de nós não q mais esforço, preferimos atalhos, e tudo q é bem alicerçado leva tempo na construção deste alicerce.
Gosto de pensar no Gênesis e como Deus apreciava e contemplava sua criação, um passo de cada vez: " E viu q Deus q isto era..."
O mundo foi criado em seis dias, (poderia ter sido em um...rs) ainda q o conceito DIA seja relativo, Jesus Cristo levou 30 anos pra iniciar seu ministério, um ser leva nove meses pra ser gerado plenamente.
Mas nós achamos que obteremos grandes conquistas com o mínimo de esforço.
Ai talvez resida a fonte de muitas de nossas frustações.
Lembramos de seu aniversário, (Eu e André)
Ficamos meio sem jeito de ligar...rs)
.
Desejamos muita paz e saúde pra vc e sua família.
Que Deus conceda os justos desejos de seu coração.
Grata por tudo.
Deus abençoe meu querido Pastor, pelas suas ministraçoes que sabemos que vem de Deus!!
ResponderExcluirAbraços.
Adriana Marcia Lopes